Sobre o Escritor

2016 – Intercâmbio na Austrália
Oi, tudo bem? Que bom que você veio me visitar e quer saber mais sobre mim e sobre o meu trabalho. Em primeiro lugar, agradeço seu interesse e sua visita. Vou apresentar aqui uma minibiografia para você me conhecer e entender o tipo de sentimento que ponho no meu trabalho.
Meu nome é Edmilson Prata da Silva, sou nascido e criado em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Evento que ocorreu em 23/01/1978. Já guarde a data para me enviar o presente!
Tive uma infância humilde e simples. Lá não havia muita coisa. Mas tínhamos luz elétrica e uma TV preto e branco. Para que mais? 😉
Também tínhamos nossos muitos animais – galinhas, cabras, porcos, passarinhos e cães principalmente, mas não exclusivamente. Pois também tínhamos uma família de cágados, um casal de lagartos, alguns coelhos e até tivemos um macaco! Também tínhamos um poço e uma cisterna, logo, havia fartura de água. Para mim, éramos ricos!

1979 – Nas “terras” do meu avô
E foi nesse clima campestre que eu passei a minha infância e boa parte da adolescência. Pelo menos até o morro onde morávamos ser tomado por uma multidão de moradores, de repente, e não sobrar mais nenhum lugar pra pastar os animais. A família também cresceu e o terreno foi aglomerando casas. A paisagem foi ficando cada vez mais cinza amianto e laranja tijolo.
Comecei a trabalhar cedo em botecos e açougues do meu pai. Logo depois que os animais se foram e eu não tinha mais do que cuidar. Até que um dia meu pai me disse que eu ia aprender a usar uma coisa chamada computador. É isso que vai ser o futuro – disse ele. Até então eu sonhava em ser cientista, embora não soubesse como poderia ser isso.
Um dia comecei a estudar o tal computador. Lembro que na primeira aula o professor entrou na sala com um teclado na mão e disse “isso é um teclado, é com isso que vocês vão usar o computador”. A abordagem pode lhe parecer estranha, mas é por que só haviam seis computadores na escola e era muito difícil tê-los disponíveis. Como era raro poder usar um deles, tínhamos que usar era muita imaginação. E foi assim que aprendi a ser programador, preenchendo muitas páginas de papel de rascunho com o que seria código para algum programa.

1995 – Segundo Grau de Processamento de Dados
As coisas foram bem difíceis, não tinha muita vaga de emprego para isso em Caxias e eu não conhecia outros lugares. O meu mundo era bastante pequeno e, pasme, não havia internet! Então o início foi duro e eu tive que diversificar. Aprendi a fazer outras coisas como uniformes escolares, camisas para vender aos amigos e nas feiras, cartões de visita, digitação, instalações elétricas, montagem de computadores e muitas outras coisas até conseguir me estabilizar profissionalmente. 😕
A essa altura o menino que achava ser rico por causa dos animais que tinha, do espaço disponível na vastidão do morro e por causa da fartura de água… Bem, ele descobriu que não podia mais criar nada, por que o espaço fora tomado por outros “donos” e a água dependia de uma tal companhia para cair na torneira, pois o poço não dava mais nada. Em outras palavras, esse menino já havia crescido e entendido que na verdade era pobre mesmo. E o mundo se tornara bastante diferente.

1996 – Servindo a Pátria!
Não demorou muito tempo e eu estava passando pelo serviço militar. Fiz o CPOR, uma escola de oficiais da reserva do Exército Brasileiro. Quando me falaram sobre isso eu achei que poderia me tornar um “oficial de verdade”. Mas não atentei na época para a palavrinha representada pelo “R” no final desta sigla. CPOR significa Centro de Preparação de Oficiais da RESERVA. Então, eu e a grande maioria dos demais, depois de um ano e meio, nos despedimos daquela experiência “por amor a pátria” e voltamos a tocar as nossas vidas de verdade. 🙄
As experiências e lutas foram muitas. Tinha um grande desafio e um sonho que era conseguir fazer uma faculdade. Depois de sete longos anos tentando arrumar um jeito de pagar aquilo, resolvi entrar sem saber como pagaria mesmo e as coisas foram acontecendo. Era uma leão por mês, mais de mês em mês as coisas foram melhorando e a vitória chegou. Era agora um Analista de Sistemas formado numa faculdade da Baixada Fluminense! O maior sonho daquela fase da minha vida tornara-se realidade! 😆
Logo depois fiz vários cursos de especialização, MBA em Engenharia de Software na UFRJ, tirei várias certificações profissionais e passei a ser professor na faculdade onde me formei. Isso para mim foi incrível e uma grande realização!
Após 5 anos anos como professor, me despedi da profissão para alçar vôos mais compensatórios financeiramente. Me dediquei a atuar no mercado e hoje sou Arquiteto de Software. Mas ainda sonho em tornar a ser professor e, por isso, decidi por em prática outro sonho que talvez possa ser o caminho para viabilizar o primeiro. Esse outro sonho é o de ser escritor.
Sempre escrevi, desde os 9 anos de idade, quando me achei um cientista ao escrever um trabalho da escola sobre meio ambiente. E sem copiar de lugar nenhum – dizia eu com orgulho! Depois comecei a investir em ficção, como por exemplo a história de uma pulga que vivia no meu cachorro Paraíso e que acabou conhecendo seres extra terrestres. Enfim, loucuras de uma criança criativa.
Mas hoje tenho como objetivo incentivar as pessoas a investirem mais na leitura e em educação de um modo geral. Acho que isso pode mudar o nosso país. Costumo dizer que “conhecimento liberta!” e realmente acredito nisso. Foi o que permitiu que um pobre, que morava num morro vazio e criava as cabras e galinhas do pai, tivesse a oportunidade de se tornar “alguém”. Não que eu me achasse um ninguém. Mas educação foi o que me deu opções, perspectivas e meios para realizar muitos sonhos, embora nunca tivesse me tornado um homem rico – pelo menos não no sentido financeiro. Talvez na infância, quando eu achava que o morro era todo nosso… 🙂
Acredito que conhecimento é liberdade em vários aspectos. Dá ao que não tem a oportunidade de alcançar e a todos a oportunidade de ser feliz, descobrindo mundos além daquele que lhe foi apresentado ao se tornar indivíduo. Lhe dando perspectivas de um futuro diferente e, em seu universo particular, melhor!
Por isso estou aqui e espero fazer um trabalho que possa mexer com a sua vida, abalar seus alicerces e te fazer pensar. Pensar muito! Me fará feliz saber não que te convenci de alguma coisa, mas que te incentivei a questionar suas certezas. Pois a pergunta é o combustível do motor que muda o mundo e não a certeza ou a afirmação. Quero lhe trazer dúvidas que, por sua vez, possam lhe dar a oportunidade de ser alguém maior e melhor.
Vamos questionar o mundo juntos? Espero que você me dê o prazer de sua companhia.
Grande abraço!

2016 – Pai, irmão, eu mãe e as cabras