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Vida Moderna

 

Deitado, desperto, aperto o botão.
O alarme que toca, é hora da ação!
Pulo da cama que sempre me chama.
Às suas carícias não dou atenção.

O tempo me aperta, ele me detesta!
Encurralado… me deixa sem brecha.
Sou presa fácil, me ronda e engana.
Sempre às pressas, a vida escorrega.

Litros de Red Bull e café com canela.
Quisera a alma nua, vazia e singela,
Evitar o abismo, incerteza, pessimismo.
Cambaleia, contudo, em cima da banguela.

O trabalho duro, punk, estressante,
Diurno e noturo, deveras massante.
Durmo acordado, pois duro é o fardo!
A razão disso tudo é, contudo, intrigante.

Meu corpo cansado, moído e ralado,
Sujo, fedido, cortado e furado,
Deseja a cama que sempre o chama!
Não entende o labor, nem deseja o arado.

Sentado, a cadeira parece a prisão,
Olhos fitados, total atenção!
Percebo a verdade: não tenho liberdade!
No corpo, na alma e até no coração.

Dia ocupado, de repente… a janela.
Que ali sempre esteve, mas nunca a vi tão bela.
Há vida lá fora! Percebo isso agora!
Mas a minha aqui perco, olhando lá fora.

Na minha cabeça sempre há muita dor,
Por usar todo dia aquele computador,
Complexo, veloz, eficiente, atroz,
Me enche de labor e me priva de amor.

Tarefas frias, chatas e irritantes,
Enchem meus dias tolos e delirantes.
Do acaso, do tédio, amargura e desmérito,
Fazem de mim pobre alma arrogante.

A rotina do trabalho no frio escritório,
Enchem meu ser de um odor retórico.
Calamitosa indiferença decreta-me a sentença,
Saciarei meus dias neste sabor melancólico.

Procurando sentido acesso a internet.
Ligo a TV e assisto a Gato Net.
Pornografia, Facebook, Instagran, YouTube…
Procuro prazer, alívio, uma prece!

Não sei por que vivo essa vida insana,
Nem sei para onde vai ou por onde ela anda.
Coisas, desejos, consumo e anseios,
Loucura no sense que da alma emana.

Deitado, não desperto, nem aperto o botão.
O alarme que toca, mas não há ação.
Fico na cama, que agora nem chama.
Não há mais carícias, não tenho atenção.

Os dias passaram, não há mais razão,
A vida moderna deixou-me na mão.
Não vivi, não amei, não causei e parti.
O tempo perdido se foi sem perdão!

Coisas, desejos, consumo e anseios,
Ilusões que passaram, não tenho rodeios.
Besteiras vazias, sutis armadilhas,
Quero agora buscar o que for verdadeiro.

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