Enquanto sonho trago no peito as saudades desses dias que virão.
Surgirão como nuvens brancas, passageiras, que criam formas para inspirar os que as contemplam.
Enquanto durmo, acordado, contemplo o sol de dias que ainda hão de se erguer no horizonte.
Dias de amor, de glória, de dor, de suor e de frio.
Erguer-se-ão como gigantes, vistos ao longe, fortes e imponentes!
Dias de força, batalha e luta, mas de vitórias, bonança e alegrias.
Vem descendo o rio, sem rumo, em seu ritmo constante e também imprevisível.
Ele busca seu destino como quem coisa alguma busca na vida. Mas segue…
Vem trazendo o dia, assim como o rio, aquilo que se sonha e que não se espera.
Então cai a noite, tenebrosa e escura… mas também misteriosa e inspiradora como sua mestra, a lua.
E também vem trazer de tudo um pouco: solidão, amor, os que vagueiam e os que se encontram.
Então vem o sono, certo, tristonho… fazendo dormir o fraco e o valente, o amado e o descontente.
As incertezas da vida são nossa única e plena certeza.
Enquanto uns sonham, outros sofrem por seus pesadelos. E depois se revezam.
As incoerências da vida são nossa grande riqueza. De dia ensinam e de noite assolam.
Tenho saudades destes dias que virão.