Bela bunda tu tens!
Bela, nua… a bunda é tua!
E como tal não tem ninguém!
Bela, sempre bela!
Quisera muitas ter também,
Bela bunda, como aquela!
Quisera eu seres tu o meu bem,
Ver todo dia tua bunda nua!
Acalentar-te… eu e tua bunda!
Com ela me arrebatas!
Com ela contemplo o além!
Por tua bunda gira o mundo, meu bem!
E por tua bunda, bela e nua…
Darei uns trocados,
Comprarei uns retalhos…
Lhe darei tudo!
Que não me custe tão caro…
Afinal, bunda, todo mundo tem.
Umas maiores, outras menores.
Umas firmes, outras nem tanto.
Umas alegres, outras aos prantos!
Por um pouco de tempo,
Enquanto de pé…
Tua bunda será meu culto e fé!
Por ela todo dia ansiarei!
A ela eu sempre amarei!
Enquanto desnuda, enquanto de pé.
Talvez… nem tanto amarei..
Também enfadar-me dela poderei…
Outra melhor, quem sabe encontrarei?
Pelos caminhos da vida a trilhar,
Bunda é coisa que não há de faltar.
Por que logo à tua iria eu me apegar?
Bunda aqui, bunda acolá…
Em um mar de bundas estou a navegar!
Rezo a Deus, não quero me afogar!
Bundas na TV…
Bundas na internet…
Bundas por aí pintando o sete!
Elas flutuam na minha mente,
Inundam meus pensamentos ardentes,
Doces, me causam diabetes frequentes.
Quero um remédio,
Vou me tratar!
Pois vejo bundas em todo lugar!
Antes me causavam grande admiração,
Hoje náuseas, só vejo um borrão!
De especiais à todas iguais.
Bundas nos fazem vagar…
Nada mais!
Nesse mar de bundas perdido.. Nunca mais!
Quero uma terra,
Desejo plantar.
Neste mar sei que irei me afogar.
Melhor em terra firme cultivar,
Algo que possa o coração esquentar.
Melhor que bunda, só pra variar.
Mas por estes mares poluídos…
Terra boa não encontro…
Somente bundas, choro meu pranto.
Bundas frias, insensíveis…
Neste mar gelado, proeminentemente visíveis…
Bundas pro alto, corações inacessíveis.
Olho ao redor…
Vejo uma bunda cada vez maior.
Distantes de tudo e o cérebro menor.
Quero conversar…
Mas bundas não falam!
Alguém para amar?! Calam…
Meu desespero no mar de bundas,
Me faz chorar, minh’alma inunda!
Quero amar, mas só há bundas!
Ah… bela bunda tens!
Mas ali vejo outra, e mais outra, meu bem!
E aqui e acolá… e para lá há também!
Bela, nua… a bunda é tua!
Mas é tua também a mão que acalenta?
É teu o coração que o meu esquenta?
Quisera eu seres tu o meu bem!
Mas com algo mais que a bunda que tens…
Talvez um coração, isso me faria bem.
E por tua conduta, nobre e generosa,
Ficaria feliz, alma vigorosa!
Amaria eternamente uma mulher poderosa!
Cantar-te-ia em verso e prosa!
Meu coração voaria em nuvens gloriosas!
Adeus mar de bundas, busca entediosa!
Desta viagem uma lição levarei!
Dela nunca, jamais esquecerei!
Em terra de bundas um olho só não faz um rei!