No lugar onde o direito do bandido prevalece:
Quem ataca é vítima, quem se defende agressor.
Quem invade é coitado, quem se protege é o errado.
Quem mata é assistido, quem morre é esquecido.
No lugar onde lei é um texto num papel:
Não há compromisso com moral ou ética.
Não há proteção ao necessitado, mas ao abastado.
Não há direito, justiça ou igualdade.
No lugar onde democracia é apertar o botão:
Eleger-se é ganhar fortuna e privilégios.
Representar é representar-se.
Cidadania é calar e pagar.
No lugar onde consumidor tem por direito “o pagar”:
Atendimento com a presteza que se dá a um pedinte.
Qualidade com validade programada.
Preço medido pelo peso em ouro.
No lugar onde o social não é prioridade:
Segurança de um castelo de areia.
Saúde de um paciente terminal.
Educação de um analfabeto.
No lugar onde reina o mais esperto:
Autoridade é quem faz o que quer.
Servidor é quem tem estabilidade.
Vencedor é quem tem bolso cheio.
Afinal, onde fomos parar?
Paramos onde sentamos.
Paramos onde acostumamos.
Paramos onde ficamos.